O problema da Osmose em piso epóxi
A literatura técnica internacional sugere que a Osmose afeta um percentual muito baixo da totalidade dos pisos revestidos (menos que 2%). Porém, no Brasil, mesmo sem termos dados estatísticos comprobatórios, podemos afirmar que o problema apresenta incidência muito maior que esta (estimamos algo da ordem de 10%). Na maioria dos casos, a presença de bolhas em piso epóxi começa a se manifestar entre alguns meses até dois anos após a aplicação do revestimento. Um líquido sob pressão bastante elevada.
Na verdade, a umidade no interior de um material poroso não é constante. Isso faz com que, à uma mesma temperatura, a umidade seja transportada da parte mais úmida para a mais seca, de forma que a direção do fluxo de umidade é determinada pela concentraçã o de umidade nos diversos pontos.
Outra consideração importante é que o transporte de umidade no concreto ocorre principalmente através da difusão do vapor de á gua nos poros cheios de ar e da sucção capilar nos poros cheios de água. A força de deslocamento na difusão é a pressão de vapor e na sucção capilar, é a pressão de água nos poros. Portanto, teoricamente, o fluxo de umidade pode ser dividido em duas partes: uma sendo função unicamente da difusão do vapor de água e outra em função da sucção capilar que atua na fase líquida. Porém, devido à estrutura de poros do concreto, o fluxo é considerado como uma combinação destes dois.
A umidade pode então estar presente no interior dos poros na forma gasosa ou líquida, em função das dimensões do poro e da umidade relativa.
De forma simplificada, o fenômeno da Osmose ocorre quando a água flui de uma solução aquosa através de uma membrana semi-permeável (esta membrana permite a passagem da água, mas impede as substâncias dissolvidas de passar através da mesma), que separa dois líquidos ou soluções de diferentes concentração. Para que o fenômeno ocorra, as seguintes condições devem acontecer:
• A existência de uma concentração de sais;
• A formação de uma membrana semipermeável;
• A presença de uma fonte de água, de forma especial em substratos à base de cimento e com umidade relativa superior a 3,5%.
Devido ao processo de execução do piso de concreto, a diferenciação entre a estrutura físico-química da camada superior e da inferior a para que ocorra a Osmose. No estado plástico, a água em excesso flui para o topo do piso, carregando os sais solúveis e os finos. Os agregados mais grossos se sedimentam na parte inferior.
A superfície do piso fica mais exposta ao ar e a água evapora continuamente.
Uma região mais próxima da superfície (cerca de 20 mm de profundidade) apresenta as seguintes características:
• Maior teor de pasta de cimento;
• Altas concentrações de sais solúveis;
• Composição química diferenciada;
• Maior quantidade de ar incorporado;
• Maior quantidade de micro-fissuras.
Estas diferenças são responsáveis pela formação da base de uma célula osmótica incompleta. A aplicação de um revestimento impermeável se encarrega de completar esta célula.